Músico, cantor, compositor, poeta, cineasta, escritor e ativista político, Caetano Veloso é considerado um dos artistas brasileiros mais influentes desde a década de 1960 e construiu uma obra musical de valor intelectual e poético imensurável ao longo de sua carreira.
Embora desde cedo tivesse aprendido a tocar violão, escrito entre os anos de 1960 e 1962 críticas de cinema para jornais e conhecido o trabalho dos cantores de rádios e dos músicos da bossa nova, Caetano iniciou seu trabalho, profissionalmente, em 1965, com o compacto "Cavaleiro/Samba em Paz", enquanto acompanhava a irmã mais nova, a também cantora, Maria Bethânia em suas apresentações nacionais do espetáculo Opinião.
Não demorou muito para que Caetano Veloso representasse a nova onda da MPB (Música Popular Brasileira). Em 1967, lançou seu primeiro LP, Domingo, com Gal Costa, e se apresentou no III Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record, quando cantou “Alegria, Alegria”, acompanhado pela banda de rock os Beat Boys, incomodando os mais conservadores. Mesmo assim, conquistou o 4º lugar. Esse foi o marco inicial do Tropicalismo - movimento que uniu ritmos regionais à guitarras elétricas – e renovou o cenário musical brasileiro através do disco-manifesto Tropicalia ou Panis et Circensis (1968), ao lado de outros artistas.
Depois de sua apresentação no III Festival Internacional da Canção, quando cantou "É Proibido Proibir", Caetano foi desclassificado e amplamente vaiado. Face ao endurecimento do regime militar no Brasil, ele enfrentou uma censura quase imediata do governo, foi preso e em 1969 partiu para o exílio político de 3 anos em Londres. Nesse período, gravou álbuns com temática melancólica e canções compostas em inglês, algumas endereçadas aos que ficaram no Brasil. Daí surgiram hits como “London London”.
O disco Transa (1972) representou seu retorno ao país e seu experimento com o reggae. Em 1976, uniu-se a Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia para formar o grupo Doces Bárbaros, influenciado pela temática hippie dos anos 1970.
Na década de 80, continuou fazendo turnês nacionais e internacionais e lançando discos, entre eles, Outras Palavras, Cores Nomes, Uns, Velô, e Estrangeiro. Ao lado de Chico Buarque, apresentou na TV, o programa “Chico & Caetano”, onde cantava e recebia convidados.
Nos anos 1990, escreveu o livro Verdade Tropical (1997) e lançou discos como Circuladô (1992), Tropicália 2 (1993) ao lado de Gilberto Gil, Fina Estampa (1994) cujo repertório foi todo gravado em espanhol, e Livro (1998).
Com o disco A Foreign Sound, (2004) cantou clássicos norte-americanos. Em 2006, lançou o álbum Cê, fruto de sua experimentação com o rock e o underground. Unindo estes gêneros ao samba, Zii e Zie (2009), manteve a parceria com a Banda Cê, que se encerrou no disco Abraçaço, de 2012.
Caetano Veloso ganhou o Grammy Award, a maior premiação da indústria da música mundial, como o Melhor Álbum de World Music, por Livro (2000), além de diversos prêmios Grammy Latino em diferentes categorias: Melhor álbum de MPB por Noites do Norte (2001), Melhor álbum cantor/compositor por Cê (2007) e Zii e Zie (2008), Personalidade do Ano (2012), Melhor Canção Brasileira por A Bossa Nova é Foda (2014), entre outros.
Em 2004, foi considerado um dos mais respeitados e produtivos músicos latino-americanos do mundo, tendo mais de cinquenta discos lançados e canções em trilhas sonoras de filmes como “Hable con Ella” de Pedro Almodovar e “Frida” de Julie Taymor.
Caetano Veloso se tornou uma das figuras mais importantes da música brasileira e é considerado, internacionalmente, como um dos melhores compositores do século XX, sendo comparado a nomes como Bob Marley, Bod Dylan, John Lennon e Paul McCartney. Foi eleito pela revista Rolling Stone como o 4º maior artista da música brasileira de todos os tempos pelo conjunto de sua obra e o 8º maior cantor brasileiro de todos os tempos.